Pedrógão Grande, município português localizado a cerca de 55 quilômetros de Coimbra, inaugurou na última semana o Memorial de Homenagem às Vítimas dos Incêndios Florestais de 2017, tragédia que tirou a vida de 66 pessoas e deixou outras 253 feridas. O monumento é de autoria do arquiteto Eduardo Souto de Moura, vencedor do Prêmio Pritzker de 2011.
A obra custou cerca de 1,8 milhão de Euros e foi iniciada há dois anos pela Infraestruturas de Portugal (IP). O monumento conta com “um lago de enquadramento, com cerca de 2.500 metros quadrados de área, alimentado por uma gárgula com 60 metros de extensão, sendo bordejado por uma faixa de plantas constituída por nenúfares brancos, lírios e ranúnculos”, segundo informa a IP. Além disso, o projeto conta com um muro com a inscrição do nome de cada uma das vítimas.
Eduardo Souto Moura viveu de perto a tragédia: uma das funcionárias do seu escritório morreu naquela estrada, quando regressava da Praia das Rocas com a família. O ocorrido o impeliu a desenvolver o projeto.
O incêndio em Pedrógão Grande provocou 66 mortos e 253 feridos, destruiu cerca de quinhentas casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas. Mais de dois terços das vítimas mortais, 47 pessoas, seguiam em automóvel e ficaram cercadas pelas chamas na EN (estrada nacional) 236-1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
Cerca de 53 mil hectares de território, 20 mil dos quais de floresta, sobretudo dos municípios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, de Góis, Penela e Pampilhosa da Serra (Coimbra) e da Sertã (Castelo Branco), mas também de Alvaiázere e Ansião (Leiria), de Arganil (Coimbra) e de Oleiros (Castelo Branco), foram atingidos pelos fogos.
Quatro meses após o incêndio de junho, no dia 17 de outubro de 2017, outro incêndio florestal na mesma região tirou a vida de outras 49 pessoas, totalizando 115 fatalidades. O monumento foi aberto ao público na sem cerimônia oficial no dia 16 de junho, após ligação da Infraestruturas de Portugal à Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG).
Fonte: Observador, TSF e DN.